sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Flamengo 1x0 Vasco - Tudo está no seu lugar no quartel de Abrantes (ou qualquer coisa do tipo)

Só dois dias depois do jogo e eu já estou por aqui?! Parece que estou levando esse troço mais a sério, quase um profissional do jornalismo... se as informações, hoje, não fossem instantâneas e ainda viessem de jegue ou jangada (no caso dos eventos internacionais, além-mar). Bem, mas como não tenho leitores, não há ninguém pra reclamar. O blog pega é o boi por eu ainda estar conseguindo fazer em dois, três dias. Estou até mais atento. Não tomo mais banho, faço pipoca, fico navegando, nem corto cheiro verde durante a partida (sim, sou um garoto irrequieto, na flor da idade, com hormônios pulsando em ritmo frenético). Só não sei até quando vai ser assim. Vamos ver o quanto eu aguento sem enjoar (lá ele!).

Pois é... tivemos Flamengo x Vasco, mas não foi a brocada que eu esperava. Vencemos, claro. Tinha gente que esperava mesmo um amistoso. Tadinhos dos inocentes, não sabem que não existe Flamengo x Vasco sem valer nada? Pelo contrário, esse dérbi (vai no Google, que não tô a fim de explicar) sempre vale tudo (salvaguardados os efeitos da Lei de Gil). E não estou falando da tal taça do Torneio de Manaus, porque ninguém engole isso, a não ser o Corinthians que recebe taça de torneio de verão e ainda chama de mundial. É vale tudo, a luta, a porradaria, mesmo - e não vou dar ibope pros idiotas brigões da arquibancada, porque aquilo ali não se justifica e não se fala mais nisso. Cartão amarelo pra todo lado. Mais pancada que futebol. O juiz, que parecia aqueles taxistas tiozões (meu pai é taxista, mas não está acabado daquele jeito) teve trabalho e ainda foi chamado de "meio cego" pelo Bernardo, numa entrevista sincera, ao fim do primeiro tempo. Cara, o Bernardo é muito zoeiro e já tinha mostrado isso quando pegou a mulher do traficante.

Então, abaixo, como de praxe, a análise, ômi a ômi, da rinha da partida entre Flamengo x Amigos do Roger (o jogador fazia questão de comentar que jogou, em algum lugar do Cosmo, com todo mundo que está no Vasco, hoje).

Paulo Victor - tem que ser muito goleiro pra fazer o que esse cara tá fazendo. Ô, Dunga, olha pra cá, queridão! Pegou um chute do Marcinho, quase da pequena área, uma cabeçada pro chão, que nem o juizão impugnando o lance tirou a moral da defesaça e ainda fez outra, no segundo tempo, saindo nos pés do jogador. Ainda teve uma defesa, que parece fácil, mas foi uma cabeçada de perto e o goleirão encaixou. Uma muralha. O melhor em campo, pelo segundo jogo consecutivo. A única unanimidade do nosso time.

Léo Moura - muita correria. Está jogando como se quisesse provar alguma coisa. A gente sabe que você se sente um meninão de 18, o problema não é a parte física, mas tática e técnica. Fora que a braçadeira de capitão precisa estar no braço do cara que tem o feeling, que consegue cadenciar a partida, ditar o ritmo, alinhavar o time, redescobrir o entrosamento que as investidas afoitas fazem parecer que não existe. Na verdade, o Léo estava mais afobado que todo mundo. Não fez bom jogo, novamente.

Anderson Pico - esse cara é fantástico, um show em campo! Erra passe e dá sorte, dá carrinho, aplica tackle de futebol americano no adversário e toma amarelo, dá passe e chuta com as duas (não ao mesmo tempo) e com curva, cruza na cabeça do companheiro... e ainda está fininho e jogou os 90'. Joga com muita vontade, o tempo todo. Virando xodó rubro-negro em 3, 2, 1...

Wallace e Samir - super discretos, de novo e, mais uma vez, PV foi o melhor em campo. Estou começando a ficar preocupado. O passe do Bernardo que encontrou o Marcinho livre me incomodou. Fora que perderam algumas pelo alto. Xerifão e guerreiro menino, vamos acordar!!!

Caceres - exerceu seu talento de acaba-baba mais uma vez. Fez uma falta no Montoya (esse cara não era piloto?) e tomou cartão. Chegou junto o tempo todo. Resumindo: foi o Caceres, mais uma vez.

Canteros - jogo com esse ritmo não é o alfajor do Canteros (não sei se argentino está acostumado com praia), o que é preocupante, porque todo clássico do Flamengo tem essa pegada.

Arthur Maia - começou jogando. À medida que for se soltando, vai melhorando. Todos têm gostado de suas atuações. Apresenta-se, participa e chegou a desperdiçar um lance, de cara com o gol, mas por causa da marcação, que chegou firme no lance.

Everton - roubou a bola do lambanceiro Sandro Silva, que se cagou todo ao tentar driblá-lo - e pensar que um dos poucos gols da carreira desse cara foi sobre o Flamengo, em 2008, jogando pelo Palmeiras. Aliás, não sei por que ainda me lembro disso. O 2008 fica por conta do Google - e guardou, com a frieza de um centroavante, a bola no fundo do gol. Está pegando ritmo, aos poucos.

Nixon - tentou uma caneta no estivador zagueiro Rodrigo, puxou um contra-ataque em velocidade... acho que foi isso. Movimentou-se bastante e foi razoável.

Marcelo Cirino - ainda não foi dessa vez. Ele se mexe muito, aparece pelos dois lados e pelo meio. Seus feitos na partida: deu um chute fraco a gol; em outra chance, adiantou demais; em outro, com frescura de chutar, passou para o Arthur Maia, que não chegou; tentou chegar antes do zagueiro, após bom passe do Nixon, mas não conseguiu; enfim, mostrou ter enorme vontade, apesar de não ser muito habilidoso. Meu presságio é que, quando sair o primeiro gol, a porteira vai abrir de vez. Ah! Ainda tomou um golpe de muay thai do Bernardo. O juiz não deu falta e foi chamado de "meio cego" pelo sincero Bernardo, que assumiu ter dado a bicuda na canela do jogador.

Pará - pela segunda vez, substituto do Léo no 2º tempo. Completamente perdido. Fica difícil o Léo sair, enquanto não tiver ninguém pro lugar dele.

Márcio Araújo - preocupantemente, pela segunda vez, o substituto do Caceres. Precisamos de um reserva pro cara, que faça sombra. Gosto do Márcio Araújo, mas pra ser o primeiro volante, tenho muitas dúvidas. A formiguinha (rápido, como se tivesse 6 pernas e cabeçudo) não comprometeu, mas também ainda não convenceu.

Lucas Mugni - teoricamente, faz a mesma função do Arthur Maia. Fica a maior parte do tempo apagado. Em um lance, chamou o adversário pra dançar. É talentoso, mas, no geral, joga numa maresia danada.

Luiz Antonio - estava calmo em campo. Tentou contribuir, mas não fez grande coisa. O Luxemburgo gosta dele. Se não emplacar agora, vai ficar difícil depois.

Bressan - no lugar do Marcelo Cirino, pofexô? (Putz, não queria fazer essa gracinha manjada!) Zagueiro no lugar de atacante, contra o Vasco? Aí, pega mal, Luxa! Serviu só pra gastar tempo. O Vasco não chegava à defesa do Flamengo, há alguns minutos.

Alecsandro - fora da área, é sensação de um homem a menos, não tem jeito.

E foi esse o jogo contra nosso sparring favorito. Mas, tenho que reconhecer que mesmo todo desmantelado, com a espinha daquele Olaria que caiu no Carioca, o Vice não foi mal. Chegou a ameaçar no 1º tempo. No 2º, mais assistiu que jogou e olha que o futebol do Flamengo nem estava lá essa beleza toda pra parar para assistir. Conformadamente, tomaram até olé. Porém, penso que o saldo deles não foi ruim. Parece que já tem um dedo do Doriva, aí. Só que até mesmo treinador jovem e cheio de ideias precisa de elenco competitivo e aquele do Ituano bateria o Vasco. Os destaques, que ainda fazem o time ser mais ou menos, são o quarteto Martin Silva (mais nome que habilidade), Rodrigo (serve pra meter medo em atacante), Guiñazu (idem), Marcinho (ainda dá caldo) e Bernardo (se não fizer mais merda pode ir longe).

Então, galera imaginária que me faz estar aqui, já que eu só estou aqui porque vocês não estão aí, blá blá blá, tal e coisa, viva todo mundo e não se contente com um lugar que não seja o seu, o nosso; que seja incompatível com a glória de ser um Torcedor Flamenguista.

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