quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Flamengo 1 x 0 Osasco - Copa São Paulo de Futebol Jr. - E não é que eu ainda quero escrever nessa bagaça!!!


E não é que eu e este espaço estamos vivos! Parece que esse bicho chamado Blog, não vai a óbito, se abandonado. Mesma sorte não teve meu hamster. Descanse em paz, Jurdigleidisson!

Eu andei pensativo, ocupado com umas paradas, com preguiça e aí vai trabalho, casa, cansaço, stress, outras ocupações, mais preguiça... com tudo isso fiquei com preguiçamuita dificuldade de atualizar esse bagulho aqui. Pra acabar de completar, sabe o que minha mulher me disse? Que vai subir num palco pra fazer strip-tease. Brincadeira! Quando a conheci, ela já trabalhava com isso. Zoando! Ela faz por hobbie. Claro que tô zoando, eu é que trabalho de go go boy no segmento “bear”.

Agora é que vejo que larguei a obra inacabada ainda no período da Liberta. Parte da preguiça do desânimo deve ter nascido aí. Acho que a gente não tem umas 5 Copas do Brasil porque perdíamos tempo sendo eliminados da Libertadores. Agora que dá pra jogar as duas, a gente fica de fora. Combinemos que ninguém me agrida e chega de rir da própria desgraça. Quem tem o Fiasco da Grama (sem efeito riscado) como rival, já tem motivos demais pra rir.

Muita coisa aconteceu de lá pra cá. Muita gente boa morreu, mas Val, Digão e Frauches continuam firmes, acabou um BBB, vai começar outro (já deu não, Globo???), Malhação nunca acaba (até o Exaltasamba acabou, aprende, Globo!), Suzane Von Richtshdashdçaskjbofen casou (ou não, alguém me atualize, por favor), "Deus mandou" uma menina se casar com um dos irmãos Cravinho (o deus dessa galera é bem zoeiro), Cr7 ganhou a terceira bola (não, ele não desenvolveu uma anomalia no saco escrotal) e por falar no assunto, Andressa Urach se lascou com o hidrogel (será que aquele gritinho histérico foi pra ela?). 

Enfim... passou-se quase um ano e em um ano acontece um monte de coisa... e eu não sou o Chapelin, pra ficar fazendo retrospectiva. Ah, é! Teve política (como se ela fosse temporal e não fosse onipresente, mas todo mundo me entendeu). E os cidadãos brasileiros continuam sem ter noção de como conduzir nossa púbere democracia, que talvez não amadureça nunca. Já nem tocam no assunto, embora quase se matassem no período eleitoral, digladiando-se entre disparos de “reaças” e “petralhas” – isso no alto escalão, dos intelectuais politizados, claro -, no campo azulado das emoções derramadas e acirradas, chamado feicibuque. Depois de tanto ódio, uma parte das pessoas não fala com aqueles que dantes figuravam em seu seleto grupo de milhares de amigos e a outra parte é bem cara-de-pau. Como o único retângulo dividido ao meio que me interessa é o campo de futebol - ah, bolo também! Sim, eu como meio bolo, facin! - e eu não concebo política com essa simplória divisão, poupei-me de tudo isso, pra não enlouquecer. Enquanto isso, seguem vivos, para alguns, com clareza ou não, proselitismo ou não, partidarismo clubístico e irracional ou não, Petrolão e congêneres. Se bem que seja lá como, ou não, melhor é não esquecer. E, em latência, fermentando pra feder bastante, os podres ainda não descobertos. Vale nota: isso não é um texto anti-Dilma. Detesto a cartilha do PSDB, tanto quanto a galera da estatização e expropriação (como se fosse possível isso não soar escroto). Detesto nosso modelo político e, normalmente também, nossos postulantes a representantes. Ah, com quem estou falando?! Vixe, chega dessa prosa ruim e inútil!

E no futebol, o de sempre. Agitação do mercado, aquela mesma imprevisibilidade dentro de campo, com exceção do Cruzeiro, que até contratou o Damião e deixou ir o Goulart, pra não esculhambar demais e equilibrar um pouquinho o Brasileirão deste ano. E nosso Flamengo está nas melhores mãos, da primeira diretoria profissional de sua história. Só o Negueba emprestado por dois anos já é pra glorificar de pé e entrar no mistério Ô decantalabassuriandecovas!!!! Mas tem muito mais acontecendo. Vamos semeando, Blues, que na hora da colheita, faremos muita festa e haverá pranto e ranger de dentes entre os times do submundo.

Bem... o que me trouxe aqui? A barra de endereços. Estava entediado, lendo um monte de coisa legal inútil, embasbacado com o que a internet abriga em seus recônditos, a saber, pornografia muita coisa boa, de verdade. O detalhe é que estava fazendo isso no trabalho, mas é só um detalhe. Enjoado de tudo, doido pra lançar minhas palavras ao mundo, aos meus milhões de leitores, claro!  resolvi soltar a franga, estilo CR7 na premiação da Bola de Ouro ah, loka! e dizer pra mim mesmo: ferre-se todo mundo. E como até quando falo comigo, envolvo todo mundo, venho aqui nesse espaço falar com todo mundo, sozinho, como sempre. Podia estar matando e não sendo preso, roubando e sendo proclamado herói por doentes militantes, me prostituindo e tendo um filme com Bruno Gagliasso fazendo meu papel, mas prefiro estar aqui não me dando bem assim. Deixa eu escrever, pra esquecer meus problemas.

Então, como definir o tema? Quem sai e quem entra? (só pra fugir do clichê do vai e vem, mercado da bola etc. Não é um filme pornô) Carências, deficiências e potencialidades do elenco rubro-negro? Falar do Walter Biscoito, o garoto que tem alegria nas tetas, o ídolo que me propiciou poder dizer que tenho corpo de atleta? Diferenças entre receptor e conversor digital? O eu lírico presente nas canções poéticas de Pablo do Arrocha? Segredo pro cuscuz salgado desenformar inteiro? São muitos temas interessantes e pertinentes, mas decidi falar do jogo Osasco x Flamengo, pela Copa São Paulo de Futebol Júnior. Por que? Porque eu quis. E por que só agora, que todo mundo já falou o que tinha que falar do jogo? Porque eu só pensei nisso agora. Porque é relevantes falar das nossas estrelas em formação e já escrevo no clima de aquecimento pra próxima partida, que será daqui a pouco (ah, tá!)

Na verdade, eu estava louco pra ver esses meninos, depois dos nove gols nos dois primeiros jogos. Aí, resolvi assistir e o negócio não agradou, não. Então, vamos ao que interessa. Largar de vadiagem - não confundir com viadagem porque isso eu não largo, não largo e não largo!!! - e ir ao que não interessa: o jogo.

Bem... continuo não tendo certeza se o campo tinha um gramado. Ainda desconfio que era areia tingida de verde. A bola tinha hora que tava mais doida que a bola maluca do Gugu  - tô ficando velho - ou aquelas pingo de leite de R$ 1, que se fizesse gosto levava uns 50 conto da gente no mês. Ou melhor, dos pais da gente. Uma ponta de unha sobrando, ali, mal cortada e era uma vez o baba. "Merda, véi, tu furou a bola!". Ai, ai, saudosa infância. Por falar em bola com efeito: Jabulani, sua poser!

Mas, já que era pra ter jogo, parei pra ver o espetáculo. Segue a análise, aspirante a aspirante:

Daniel – difícil avaliar. Sem chutes a gol, as bolas que chegaram à área foram bem abafadas por ele.

Ronaldo – parece ser um bom lateral direito. Foi muito consistente, principalmente defensivamente. Num abafa no fim do jogo, tratou de resolver. Formou boa dupla com Jorge. Ofensivamente, não criou muito, embora tenha se lançado ao ataque em toda a partida. Também não comprometeu em nenhum dos setores. Tem bom porte físico. Gostaria de vê-lo mais vezes.

Rafael Dumas e Dener – dupla de zaga foi segura na partida. Afastou todas as bolas aéreas. Individualmente, o primeiro chama atenção pelo porte físico. A mim, chegou a parecer um protótipo de Ronaldão (não sei se isso é bom ou não). No Brasil, não é muito comum vermos jogadores que fujam ao perfil “dublê do Grilo Falante", principalmente jovens, mesmo os defensores. O segundo, preciso ver de novo. Se bem que zagueiro que não aparece, às vezes, é bom sinal. Até me convenceria disso, fosse mais forte o adversário. Deixemos mesmo para a próxima.

Jorge – esse cara é diferente. A postura, a segurança, o toque na bola... difícil não notá-lo. Começou nervoso, errando um passe bizonho ("z" ou "s"?) e cometendo uma falta dura que resultou em cartão amarelo. Depois, tomou conta, principalmente no segundo tempo. Chega muito ao ataque e sempre criando. Tem boa técnica, velocidade, talento... vamos ver o que o futuro nos reserva.

Juan Felipe – gostei desse rapaz. Diferente pra um camisa 5. Calmo, com bom passe, não parece um brucutu com tendências psicopatas, como costuma-se esperar de alguém da posição.

Jajá – um dos jogadores mais louvados desse time, esteve apagado, sem inspiração. Quase deu um gol ao Osasco, tendo ele próprio que se recuperar para ajudar a afastar o perigo, no final. Fica pra próxima.

Cafú – indubitavelmente (jeito fresco de dizer “sem dúvida nenhuma”), o melhor em campo pelo Flamengo. Agudo, presente, gosta de arriscar. Não é de área, mas está sempre por ali. Distribui passes, cobra faltas, se lança no jogo. Sua perna esquerda é perigosa (sim, a boa é a oposta à perna boa do xará célebre. Não sei onde viram a semelhança). Fez o gol da vitória, numa cobrança de falta, que passou por baixo da barreira desastrada, já nos acréscimos. Só me preocupam as dancinhas. Na verdade, ele precisa de mais ginga, mais molejo e quando posicionar o cotovelo na altura do abdome pra simular uma dança a dois... ops... é... quer dizer, me preocupa essa história de faz gol, faz dancinha. A praga que mais tem devastado o cultivo de talentos jovens no nosso futebol é o deslumbramento, o estrelismo, o se achar craque antes da hora. Não sei se eles têm a dimensão do que é essa Copinha pra eles e da selva cruel e tenebrosa que é o futebol. Não é discurso conservador, só uma constatação. Dancinha é dispensável. Não tem como olhar para alguém se remexendo daquela maneira, após o gol que deu uma vitória suada sobre o fraco Osasco e julgar conveniente, apropriado, pertinente, cabível. Menos, Cafú! Não peque por excesso. Se não faltar futebol, tá ótimo. Não procure motivo.

Marquinhos – nem sabia que estava em campo, até ser substituído por Matheus Sávio.

Douglas Baggio – esse é camisa 9 vocacionado, à moda antiga, desses que estão em falta. Se vai vingar, não sei, mas me agrada. Fica ali figurando, desaparece na área, sem ficar afoito por isso. A bola o procura. Com ela, não faz feio, mas é muito melhor quando a relação entre os dois é de segundo. Não marcou por muito pouco. O pequeno artilheiro quase fez de cabeça, mas o goleiro do Osasco, o Matheus, protagonizou um lance tão bom quanto pintar com Lukscolor muito bonito e defendeu o tiro à queima roupa (cruzamento de Jorge).

Thiago Santos – definitivamente, não gosto desse formato de jogador, forjado numa matriz que desprestigia a inteligência. Mais um projeto de Negueba ou Marlone – vale a comparação com esse último, até pelas características físicas, embora, por incrível que pareça, ainda acho o Negueba superior tecnicamente, mesmo detestando-o e achando que ele é tecnicamente horroroso. Muita movimentação, se mexendo demais e não produzindo nada. Está sempre aparecendo na área, sem efetividade alguma e nunca parece levantar a cabeça, ler o jogo, pensar antes de fazer.

Felipe Vizeu – entrou em lugar de Douglas Baggio. Nada fez.

Luã Lúcio – entrou em lugar de Thiago Santos. Nada demais também.

Matheus Sávio – substituiu Marquinhos. Também não produziu muito, mandou uma bola na lua, mas demonstra ser um jogador que merece observação mais detida, principalmente pela tendência ao passe, à organização do jogo. Foi ele quem rolou a bola para o gol da vitória, na cobrança de falta. Nada espetacular, mas vale o registro. Serviu para mostrar que o treinador (esqueci o nome do cara e tô com preguiça de pedir ajuda a Tio Google) sabe mexer bem ui, danado!. Principalmente, sabe quem tirar.

Cabe menção honrosa a Jean Patric, jogador do Osasco. Pra mim, um dos melhores da partida. Ousado, acrobata, franzino, liso, lembra um Robinho com boa vontade e nos seus melhores momentos. Distribuiu chapéus na partida. Menino talentoso, que lembra aquilo que consideramos por anos a essência do futebol brasileiro. Fez uma ponte entre o futebol que temos e aquele que vamos esquecendo, paulatinamente, mas que admiramos tanto e ainda sobrevive na várzea, no amador, nos babas da vida, longe dos holofotes. Jean Patric fez valer ficar à frente da TV, numa sexta à noite.

O jogo foi feinho. Vou assistir o de hoje pra apagar a imagem do outro. Meninada, vocês estão me devendo. Contudo, obrigado por não passar o vexame do Santos e do Inter.

É muito difícil fazer prognósticos a partir de um campeonato como esse. O futebol brasileiro está abarrotado de eternas promessas. O Flamengo tem exemplos claros do quanto é complicado vaticinar que esse ou aquele vai acontecer, vai estourar, já pode subir pro Principal. Digão, Frauches, Muralha, Mattheus, Negueba, Lucas, Thomás, o ator Adryan - que resolveu ir nos envergonhar lá fora com sua meninice típica de criancinha criada a leite com pêra e Ovomaltine - são o esqueleto daquele time campeão em 2011. Samir esteve no elenco de 2012, eliminado na primeira fase, com três empates. Nixon nem jogou Copinha. E ainda temos fichas depositadas em Rafinha e Rodolfo. A verdade é que é tudo muito incerto. Tantos Carlos Alberto, Lulinha e Moraes por aí. O motivo? Não sei responder.

O futebol é muito cruel. Planta sonhos em 9 entre 10 meninos brasileiros. Desses, quantos chegarão a fazer uma peneira? Na concorrência brutal da peneira, quantos chegarão a ter a chance de serem avaliados outras vezes? Quantos serão levados às divisões de base de um clube profissional? Desses tantos, quantos chegarão ao time principal? Não vejo nenhum clube subir mais de 5 num ano. Se pros titulares está difícil, os reservas já estão condenados? E daqueles que chegam, quantos se firmarão e quantos ficarão à deriva? E quanto tempo terão para se firmar? Em quanto tempo deverão mostrar serviço e convencer a passional torcida? A quantos o destino sorrirá dando outras chances? A isso tudo, nem ajuntei os empresários, os favorecimentos, os patrimonialismos, as intempéries da vida, os atravessadores, as más companhias e influências etc. Uma selva na qual se lançam garotos pensando-se safos, vividos, malandros, mas que são meras presas lançadas a feras gananciosas, avaras, egoístas, num ambiente altamente hostil. Acima, falei das dancinhas. Fico imaginando o que é pra esses meninos - muitos deles (a maioria deles, tratando-se de Brasil) eu nem consigo imaginar a origem sofrida - estar num campeonato desse porte. Já é muito! Entretanto, tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe (disso, muitos não têm consciência, ou é pensamento que afastam, pra fugir da realidade). Ah, mas na Europa... não, não há parâmetro que permita a comparação.

Vixe! A coisa ficou muito séria nesse Blog bonito, sacaninha e aberto pra negócios. Tanto texto sem fazer gracinha, não vale o esforço. Então, paro distraído e sem inspiração, por aqui. Se a gente não brocar o Taboão da Serra (cara, quem batizava essas cidades?!), a zoeira vai comer em cima do nosso lombo. E eu quero ter uns dias de zoação ilimitada aos vices, que foram eliminados, hoje.

Então como é que era mesmo o texto de encerramento?, assista ao baba de hoje, pegue leve com os moleques e não se contente com um lugar que não seja o seu, o nosso; que seja incompatível com a glória de ser um Torcedor Flamenguista.

Ô, texto grande do cacete!

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